O deputado federal José Nelto (Podemos-GO), não vê com bons olhos a iniciativa de alguns estados brasileiros em querer avançar no plano de retomada das aulas para crianças e adolescentes, ainda durante o período da pandemia

Foto: Renato Moura

De acordo com o parlamentar, manter o controle de distanciamento entre as crianças seria tarefa muito difícil, já que elas querem brincar juntas, desenvolver atividades em sala de aula juntas, entre outras questões.

“Mandar nossas crianças e adolescentes para a escola sem termos a certeza de que será possível seguir todos os protocolos recomendados pela OMS é irresponsável. A maioria das crianças são assintomáticas à Covid-19, o que pode contribuir para uma disseminação descontrolada do vírus. Acredito que a retomada das aulas deva acontecer somente quando houver vacina no Brasil”, explica Nelto.

Para debater a situação da retomada das atividades nas escolas brasileiras, Nelto se reunirá na próxima semana com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, em Brasília.

“Quero ter esse diálogo com o ministro para expor minha opinião, mas, sobretudo, para entender como o ministério está se organizando e programando para essa possível retomada. Além disso, quero saber também quais são os planos para tentar recuperar esse ano letivo, que foi totalmente desigual no quesito de acesso à educação. Embora as escolas tenham criado a alternativa das aulas on-line, sabemos que milhares de crianças não possuem internet em suas casas, o que impossibilitou o desenvolvimento de maneira equânime”, destaca o parlamentar.

Coronavírus no Brasil
Até esta sexta-feira (07), dados do consórcio de veículos de imprensa mostram que o Brasil conta 98.844 óbitos registrados e 2.927.807 diagnósticos de Covid-19. Sobre a reabertura das escolas, pesquisas sugerem que pode ser seguro reabrir onde não há grandes surtos da doença, mas seria necessário manter medidas como distanciamento social. Além disso, seria vital ter um bom sistema de testes e de rastreamento de contatos, que inexiste em diversos lugares, como no Brasil.

“Não podemos cometer o equívoco de colocar professores, diretores, funcionários de limpeza, auxiliares administrativos, crianças e suas famílias em risco dessa forma. Esse assunto demanda que debrucemos sobre ele com muita cautela, e é isso que vou fazer. Nosso país ainda está vivendo o surto da pandemia, e isso não pode ser ignorado”, completa José Nelto.