O tema assédio moral reverso ou vertical ascendente é muito importante e pouco discutido. Ocorre quando o subordinado ou membros da equipe assediam a liderança.
Esse tipo de situação pode acontecer por uma série de motivos, como resistências internas a mudanças, disputas de poder ou preconceitos contra o chefe.
Em casos assim, o líder passa por um desgaste psicológico e físico semelhante ao de qualquer pessoa que sofra assédio, mas muitas vezes com menos espaço para procurar ajuda. Alguns fatores que intensificam o impacto são:
1. Isolamento: O líder tende a sentir-se isolado, pois a expectativa é que ele tenha
controle da situação, gerando uma pressão para não demonstrar vulnerabilidade.
2. Pressão e cobrança excessiva: Além de lidar com o assédio, o líder ainda é cobrado
por resultados, o que agrava o estresse e a ansiedade.
3. Dificuldade em buscar ajuda: Muitas vezes, líderes se veem sem suporte adequado,
pois admitir o problema pode ser visto como uma “falha de liderança” por superiores ou
colegas.
Para lidar com essa situação, seria fundamental criar ambientes de trabalho onde líderes também tenham acesso a canais de apoio e onde o assédio seja combatido de forma ampla e em todas as direções.
Também é importante educar equipes e gestores sobre o que caracteriza assédio, independentemente do cargo e sobre a importância do respeito mútuo e da empatia em todas as relações profissionais.
Fortalecer a liderança para que entenda que o assédio fala sobre o agressor e não sobre a vítima, assim o receio de denunciar perde forças para a busca de soluções. Assédio é violência e viola as relações de trabalho. O silêncio reforça o poder do agressor.
Por Michelle Heringer: Advogada especialista em Assédio no Trabalho.
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