Trombose dos viajantes: entenda o que é e veja como se prevenir
Cirurgião vascular explica fatores de risco e dá dicas para evitar complicações
A chamada trombose dos viajantes pode acontecer em viagens de longa duração, especialmente em pessoas que permanecem muitas horas sentadas e possuem fatores de risco associados. A condição está relacionada à formação de coágulos nas veias profundas, principalmente nas pernas,
“A circulação do sangue nas pernas depende muito da contração muscular dos pés e panturrilhas .Quando a pessoa fica parada por muito tempo, altera fluxo sanguíneo com diminuição na velocidade do sangue que fica represado nas veias nas pernas facilita a formação de coágulos ”, explica o Dr. Herik de Oliveira, cirurgião vascular da clínica Angioven e especialista pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Além da falta de movimento, outros fatores comuns nas viagens de avião também podem contribuir para o problema. “A cabine pressurizada, o ar seco, a ingestão reduzida de líquidos, o consumo de álcool e o uso de calmantes podem tornar o sangue mais espesso e predisposto à coagulação”, afirma.
De acordo com o médico, o risco é maior em pessoas com obesidade, varizes, trombofilias, histórico familiar de trombose, câncer, gestação, idade avançada ou mobilidade reduzida. “Pacientes que usam anticoncepcionais com estrogênio ou estão em recuperação de fraturas ou cirurgias também devem ficar atentos. Nessas situações, o ideal é conversar com o médico antes de embarcar”, orienta.
Para quem vai enfrentar muitas horas no avião, algumas atitudes simples podem ajudar na prevenção. “Movimentos flexão e extensão nas pernas e pés, girar os tornozelos e levantar-se sempre que possível são medidas importantes para ativar bomba muscular nas pernas e pés e aumentar retorno de sangue das pernas para o coração ”, recomenda Dr. Herik. Ele também sugere evitar roupas muito apertadas, manter uma boa hidratação e evitar o consumo excessivo de álcool durante o voo.
Outra recomendação é o uso de meias de compressão, principalmente para quem tem histórico ou fatores de risco. “Elas ajudam a melhorar o retorno venoso e devem ser indicadas por um profissional para garantir a eficácia”, pontua.
Se, após a viagem, surgirem como dores e inchaço nas pernas, calor local é importante procurar avaliação médica. “Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, menores são as chances de complicações”, finaliza o especialista.