Especialista do HCN comenta sobre nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial
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Nova classificação para o cuidado da pressão arterial enfatiza prevenção precoce e cuidado humanizado
A hipertensão, caso não tratada adequadamente, é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de doenças cardiovasculares e complicações graves. (Foto: Divulgação/IMED)
Com a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, houve recentemente uma reclassificação que passa a considerar a aferição de 12 por 8 não mais como pressão normal, mas como indicadora de pré-hipertensão. A nova diretriz tem como objetivo identificar indivíduos em risco e incentivar intervenções mais proativas e não medicamentosas, a fim de prevenir a progressão para um quadro de hipertensão.
Diante da mudança, elaborada neste ano de forma conjunta pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), unidade do governo de Goiás em Uruaçu, traz informações importantes sobre as novas diretrizes e sobre a hipertensão arterial.
De acordo com o médico cardiologista do HCN, André Luiz Soares, é muito importante saber que agora a pressão 120/80, a famosa 12 por 8, já é considerada como uma pressão de risco. “Isso nos alerta para a necessidade de uma avaliação médica, a fim de investigar diversos outros fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e outras complicações graves”.
A atualização das recomendações tem como principal objetivo a prevenção de complicações graves. Isso porque a hipertensão mal controlada é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral (AVC), enfarte, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca, segundo o Ministério da Saúde. Esses dados reforçam a importância de identificar precocemente alterações na pressão arterial e fortalecer ações de educação, monitoramento e acompanhamento contínuo, pilares já consolidados no cuidado oferecido pelo HCN.
“Os principais fatores de risco relacionados a essas doenças são o sedentarismo, tabagismo, consumo exagerado de sal, consumo de alimentos industrializados e ultra processados, problemas com o sono, estresse em excesso, entre outros. É muito importante prestarmos atenção a todos esses fatores e, pelo menos uma ou duas vezes por semana, aferirmos a nossa pressão para nos prevenirmos” destaca o médico cardiologista.
Nova diretrizes
Entre as principais mudanças, a nova diretriz amplia a vigilância para pessoas com valores de pressão arterial considerados “pré-hipertensão”, incentivando a identificação precoce de risco cardiovascular, a implantação de intervenções não medicamentosas e práticas de cuidado humanizado que valorizam o diálogo, o autocuidado e a integralidade do atendimento, como orientação nutricional, atividade física e cessação do tabagismo, antes da progressão da doença. Essa abordagem visa reduzir complicações a longo prazo e fortalecer ações preventivas na comunidade e na atenção básica.
Outro ponto importante ressaltado na nova diretriz é o cuidado humanizado, que reforça o atendimento na atenção primária de saúde, destacando práticas que favorecem a escuta qualificada, o respeito às preferências do paciente e o estímulo à adesão terapêutica por meio de educação em saúde e apoio psicossocial.
Além disso, o Ministério da Saúde aprovou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hipertensão Arterial Sistêmica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) em julho deste ano. Uma política pública que pode facilitar a incorporação das recomendações em rotinas na atenção básica e programas de prevenção, com potencial de ampliar a equidade no acesso a diagnóstico e tratamento.
Essa integração entre diretriz científica e políticas públicas é considerada essencial para transformar as recomendações em impacto real na saúde da população. Mas vale lembrar que a prevenção sempre é o melhor cuidado.


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